Todos os dias deparo com os alunos subindo e descendo, dezenas de vezes, nas balanças das academias como se estas fossem a única ferramenta ou a mais fidedigna fonte de mensuração do seu peso corporal e o resultado expresso em termos quantitativos pelo aparelho nem sempre representa o esperado.
Esse comportamento tão comum em academias encontra fundamento em algumas teorias desenvolvidas para determinar o peso ideal e os riscos relacionados ao excesso ou falta de peso como o IMC (índice de massa corporal), que leva em consideração o peso em kg divido pela altura ao quadrado em metros (kg/m²), e sua correlação com diversos fatores de risco à saúde como a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e etc ou a fins estéticos influenciados pela sociedade.
Logo ao atribuir muita importância aos números apresentados na balança esses alunos podem ser levados a interpretar, errôneamente, esses valores, pois o peso expresso em kilograma (kg) mensurado pelo aparelho não representa a distribuição desse kg. Podendo levar dois indívíduos da mesma altura 1,70m e que têm pesos diferentes, por exemplo, 70kg e um %G (percentual de gordura) de 30% e outro de 80kg e um %G de 15% a terem interpretações equivocadas, onde o mais leve (70kg) pode acreditar que está mais magro do que o outro de 80kg.
Esse equívoco pode acontecer, facilmente, porque nem todos os indívíduos envolvidos com a prática de exercícios são esclarecidos a cerca de outras estratégias de avaliação e mensuração do peso corporal e que apresentam dados qualitativos além dos quantitativos e que representam informações mais ricas para determinar o perfil de risco para saúde ou a composição corporal para fins estéticos além da saúde.
Sendo assim, considerando o IMC do sujeito que pesa 70 kg este seria igual a 24.2 kg/m², enquanto o IMC do que pesa 80 kg seria igual a 27.6 kg/m². Por esta medida os indivíduos seriam classificados com peso normal e sobrepeso, respectivamente. Logo o indivíduo que pesa 70Kg apresenta um peso gordo de 21kg (30% de 70kg) e outro de 80kg apresenta um peso gordo de apenas 12kg (15% de 80kg).
Estes dados nos mostram claramente o quanto a balança pode nos enganar na hora de interpretarmos a qualidade do nosso peso corporal. Entretanto algumas pesquisas vêm sendo desenvolvidas no Brasil e nos EUA para estimar com mais eficiência os valores de gordura corporal e possibilitar intervenções preventivas para o controle do sobrepeso e obesidade, porém cabe uma ressalva quanto as estas metodologia, pois por mais que representem valores mais fidedignos ainda são estimativas e não dados diretos dos indivíduos.
Por isso antes de se "apavorar" ao subir na balança, CALMA, e procure um profissional competente para fazer suas mensurações e avaliar o resultado destas para que você tenha realmente conhecimento das estratégias mais apropriadas para você alcançar seu objetivo seja estético ou para manutenção da saúde.
Referências.
Bergman, RN. et al. A Better Index of Body Adiposity. Obesity. March, 2011.
http://primeiraedicao.com.br/noticia/2012/07/29/estudo-da-usp-cria-novo-calculo-para-identificar-falsos-magros
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